Anna e
Wladyslaw Krawczyk
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Wladyslaw
Krawczyk em sua fazenda, no Córrego Rico, próximo do distrito de Ordalha.
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Os avos
Wladyslaw e Anna, com o filho Rysiek, a nora Nilva e os netos Ricardo, Rafael e
Rodrigo.
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Wladyslaw e a Dona Anna, no dia do casamento do filho Rysiek |
A Dona Anna e
o Wladyslaw com a neta Andreia, filha da Wieslawa.
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Wladyslaw e
Dona Anna com filhos e netos
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Andreia e
Anna com um de seus netos filho do Rysiek
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Só família Krawczyk em 2014 dia do batizado do bisneto Alberto Amaral Krawczyk Filho do Alexandre Krawczyk |
Vamos ver quem foram esses jovens Wladyslaw Krawczyk e Anna Przybylo.
Para falar destes dois jovens teremos que voltar um pouco no tempo e também em dois países da Europa, duas cidades na Polónia, Tarnów e Kokawa, distrito de Czêstochowa, e Wildfleken na Alemanha que é um município no distrito Bsd Kissingen, na fronteira do nordeste da Baviera.
Wildflecken era conhecida pela famosa unidade militar, divisão de infantaria 331. Um acampamento com
capacidade suficiente para abrigar nove mil soldados e mil e quinhentos cavalos treinados para combater em locais selvagens.
"Em 1937, o exército alemão estabeleceu uma grande área de treinamento na área de Rhoen. A nordeste da aldeia um acampamento, grande o suficiente para abrigar cerca de 9.000 soldados e 1.500 cavalos foi construído. O acampamento (Acampamento Wildflecken) e a área de treinamento foram usados principalmente pelo exército alemão (Wehrmacht), bem como pela Waffen-SS. Durante a guerra, várias divisões da Wehrmacht e Waffen-SS foram ativados e treinados para o combate em Wildflecken. Também localizado em Wildflecken existia uma fábrica de munições e dois campos de prisioneiros, um para prisioneiros de guerra russos e um para os prisioneiros de guerra de origem belga e francesa." Fonte Wikipedia
Com o inicio da segunda grande guerra pelos alemães, que foi decretada em setembro 1939, a Polónia foi o primeiro país a ser invadido, dominado e ter suas economias saqueadas. Tudo que poderia ser carregado, eles levaram. Levaram também grande parte dos homens, mulheres e jovens que tinha condições de trabalhar. Foram levados prisioneiros para trabalhar na Alemanha, uns para a agricultura, outros cuidavam dos animais, ainda tinha os que foram trabalhar na indústria e em muitos outros.
Vamos primeiro saber quem foi o Wladyslaw Krawczyk. Para falar neste jovem teremos que voltar um pouco no tempo e também em dois países da Europa.
Na Polônia, vamos falar no distrito de Kokawa, a 14 quilômetros de Czêstochowa.
Também Wildflekem, uma cidade Alemã no distrito de Kissingen, que fica na fronteira nordeste de Baviera, Distrito de Bsd Kissimgen, Sul da Alemanha.
WLADYSLAW KRAWCZYK
Wladyslaw Krawczyk era um jovem de apenas 16 anos, nascido em 11 de janeiro de 1923. Ele era filho de Leonard Krawczyk e Marianna Krawczyk.
Leonard e Marianna tiveram dois filhos, Wladylaw e Józef.
O pai de Wladyslaw e Józef faleceu ainda muito jovem, em 16 de agosto de 1926. E Marianna, que também era jovem, ficou com dois filhos, o mais velho, Wladyslaw, com apenas três anos. Ela sentindo a necessidade de ter um novo companheiro, casa novamente, sendo com seu cunhado, irmão de Leonard, o Józef Krawczyk. Com ele, ela adquiriu mais três filhos:
Zdzisiaw, Irena Wieslawa e Tadek “Tadew”.
Irena Wieslawa nasceu em 03/05/1931
Formando um total de cinco irmãos, todos morando no sítio da família.
O sítio da família Krawczyk fica em um lugar próximo da pequena cidade de Kokawa, distante 14 quilômetro da cidade de Czestochowa.
Sua família vivia da criação de gado e pequenos animais e no cultivo do trigo a batata e outros para o sustento da família.
Wladyslaw em
1989 no Sitio onde nasseram a família Krawczyk
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Em 1996
Wieslawa, Andreia, Nilva com os filhos do Tadeu
a Iza e seu irmão no Sitio onde
nasceo a
família Krawczyk
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Em 1996
Andreia e outras na parte do fundo no sitio da família Krawczyk.
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A família de Marianna Krawczyk também sofreu muito.
O Wladyslaw comentava que no dia que foi anunciado a invasão da Polônia pelos alemães, ele estava na cidade de Czestochowa, próximo da grande Igreja.
Czestochowa é uma cidade mais conhecida pelo magnífico mosteiro Jasna Góra (Monte Claro), com o milagroso quadro de Nossa Senhora de Czestochowa. La é considerada o maior centro católico na Polônia, onde é visitado por miliares de peregrinos todos os anos.
O Monastério de Jasna Góra (Montanha Brilhante) é do ano de 1382. Foi construído pelos monges da ordem paulina. Em 1384 foi apresentada aos monges uma pintura de 122x82 centímetros, em painel de madeira, onde estava retratado a imagem da Virgem Maria, chamada Matka Boska Czestochowska (Madona negra). Aonde deu inicio ás peregrinações da Virgem Negra do Monastério de Jasna Gora. O que levou o Rei João Cassimiro em 1656 a declara-la Rainha da Polônia.
Para os Brasileiros é comparado com Aparecida do Norte.
Quando os sinos tocaram e o alto-falante da Igreja anunciou o que estava acontecendo, Wladyslaw, que estava de bicicleta, voltou imediatamente para sua casa e comunicou a sua família.
Wladyslaw, que estava com apenas 16 anos, foi um dos que foram levados pelos alemães para trabalhar na zona rural.
Wladyslaw era considerado um bom funcionário. O dono da fazenda gostava muito dele. Tudo que o fazendeiro precisava, Wladyslaw sempre procurava resolver com muita sabedoria. Mesmo ele sabendo disso e sendo convidado por um companheiro de trabalho a fugir, ele aceitou.
Wladyslaw e seu colega saíram da fazenda à noite. Eles viajavam somente neste horário para evitarem de serem vistos. Depois de três dias de viagem foram descobertos e presos.
Após Wladyslaw identificar onde trabalhava, o fazendeiro foi comunicado. O dono da fazenda foi buscá lo. O colega de Wladyslaw continuou preso e não se teve mais notícia do mesmo. Wladyslaw até então gozava de muito prestigio com o fazendeiro, sendo que depois do acontecido ele passou a dormir em ambiente fechado.
Ele permaneceu trabalhando na mesma fazenda na zona rural da Alemanha até o término da guerra em 1945.
Com o término da Guerra, em 1945, todos aqueles trabalhadores que eram mantidos sob o controle militar, foram liberados para fazer o que quisessem.
Voltar para Polônia era inviável, a mesma estando também arrasada pela guerra, não tinha nada a oferecer, ela encontrava-se sob o domínio da Rússia, que era um país comunista.
ANNA PRZYBYLO.
Anna Przybylo nasceu em 08 de março de 1920, na cidade de Tarnów.
Tarnów está situada ao sudeste da Polônia, banhado pelo rio Biala afluente do Dunajec. É um centro industrial importante com indústrias regionais. Uma cidade velha oriunda do século XIV, sua data de fundação é de 07 de marca de 1330 com construções medievais que são preservadas até os dias de hoje.
A base de seu desenvolvimento se deu em virtude de ser a rota principal do comercio entre a Alemanha e a Rússia. Suas indústrias esta voltado principalmente na fabricação de produtos químicos, vidros e de alimentação. Muitos de seus habitantes e de sua vizinhança são empregados nas indústrias locais.
No esporte ela é conhecida mundialmente pelo Moto Cross.
Sua população no inicio do século XX era muito mista com pessoas de vários países, inclusive judeus que chegaram a ter seu cemitério próprio para efetuar os enterros de seus entes querido. Na época de finados é visitado por pessoas de vários países inclusive de Israel.
Ana Przybylo era filha de Jósef Przybylo e Karolina Przybylo. Seus pais tiveram dois filhos, Anna e o Stefan Przybylo. Seus pais eram da mesma idade, nasceram em 1890. Sua mãe veio a falecer ainda muito nova, nos anos 20 do século XX.
Seu pai ficando viúvo, com duas crianças muito pequenas, teve necessidade de ter uma nova companheira para lhe fazer companhia e ajudar também na criação daquelas duas crianças.
Jósef casou com a jovem Tekla Przybylo, nascida em 1900. Este novo casal adquiriram mais cinco filhos:
Stefania,
Augustyna Jonas,
Roman Przybylo,
Zofia Piska,
Celinka "Celina".
Anna Przybylo, com dezenove anos, também foi uma vítima de Guerra. Em 1939 foi tirada do ceio de sua família para ir trabalhar também em uma fazenda na Alemanha, na região de Wildflekem. Lá permanecendo até o término da guerra em 1945, quando foi liberada para seguir seu destino.
O seu pai tinha falecido ainda em 1940. Sua madrasta, com os demais irmãos, tinham permanecido na cidade de Tarnów.
Com o termino da segunda grande Guerra em 1945 e todos que tinha sido forçado ir trabalhar na Alemanha ficaram livres para seguir suas vidas cada um podendo tomar seu destino. Para voltar para a Polônia era inviável ela estava totalmente arrasada e ainda sobre o domínio Russo um pais comunista e estando com as fronteira fechadas.
Foi a segunda grande Guerra Mundial iniciada em 1939 e com o termino em 1945 que motivou o encontro destes dois jovens de cidades diferente e famílias diferentes a se unirem em casamento e dar origem a mais uma grande família e em terras distantes de sua terra natal.
Wladyslaw Krawczyk e Anna Pzybylo Krawczyk Foi na zona rural de Wildflecken que eles viveram todo o período da guerra de 1939 a 1945 e estando cada um em fazendas diferente foi neste período que Wladyslaw e Anna se conheceram e em que em 14 de setembro de 1946 foi chegado o grande dia para aqueles dois jovens o casamento. Motivado por este grande acontecimento foi que em 24 de junho de 1947 nasceu sua primeira filha a Wieslawa Wladyslaw Krawczyk.
Em 1948, a Alemanha, que tinha perdido a guerra, estando totalmente arrasada, sem meios de sobrevivência. Tudo estava muito difícil, e eles, que eram de família estrangeira foram comunicados que teria de sair de Pais. Voltar para Polónia seria também inviável, pois a mesma encontrava-se sob o domínio da Rússia, um país comunista.
A Polônia estando também arrasada pela guerra e não tendo nada a oferecer. Os representantes dos países que estava oferecendo para receber estes imigrantes estavam visitando todas as cidades onde eles estavam vivendo. Foi oferecido para todos vários países como Austrália, Estados Unidos, Canadá o Brasil e outros.
O embarque teria que ser no porto de Nápoles na Itália. Para chegar ate o porto, partiram de trem de ferro de Wildflekem na Alemanha com o destino a Nápoles na Itália, em sua bagagem seguia muito pouca coisa, faltando espaços para tudo o pouco que tinha ficou para trás, seguindo somente o principal, roupas e pouco mais. Chegando à Nápoles teriam que optar para os Pais que deviriam de seguir.
Os representantes Brasileiros em Nápoles tinha três navios a sua disposição e estando com a incumbência de fazer o convite a todos e fazendo uma propaganda muito positiva do nosso país. Foi o que motivou vários poloneses a optar pelo Brasil entre eles estava o jovem casal Wladyslaw e Anna Krawczyk.
Após a escolha do Brasil para seu novo lar, a partida foi em abril de 1949. Wladyslaw e Anna, e muitos outros embarcaram no mesmo navio com destino o Brasil.
Foram três navios que vieram trazendo imigrantes e sendo eles de varias nacionalidades, no primeiro deles vieram, Wladyslaw com a esposa Anna e a filha Wieslawa, após quinze dias de viagem e em 09 de maio do mesmo ano desembaraçaram na ilha das flores no estado do Rio de Janeiro onde tiveram que passar por uma triagem, ali permanecendo por vários dias, quando foram liberados para as regiões de destino de suas novas moradias.
Aqui chegando foram alojados na Av. Independência na parte superior da Penitenciária de Goiás ficando por vários dias. A alimentação era feita na cozinha da penitenciária, por detentos, depois de alguns dias de espera foi colocado a Fazenda do Córrego Rico na Cidade de Itaúçu, a disposição de todos, sendo uma propriedade do estado, que foi dividida em lote de aproximadamente vinte hectares para cada família. (Fazenda Córrego Rico onde hoje está o distrito de Ordália município de Itauçu). Somente as famílias que entendiam de agricultura optaram a seguir para a Fazenda do Córrego Rico e sendo vinte e duas famílias de imigrantes.
Relação das famílias:
01=SKORUPA BRONISLAW
02 =KRAWCZYK JÓZEF
03 =KRAWCZYK WLADYSLAW
04 = WYCHOWANIEC JAN
05 = GRUSZCZYNSKI ADAM
06 = SIWIK WALENTY
07 = KLOBUCH ANTONI
08 =SKOWRONSKILEON
09 = FLAGA JÓZEF
10 = NAWIERSKI WLADYSLAW
11 = WOZNÍAK HENRYK
12 = PAWLIK RUDOLF
13 = KOPCZYNSKIZYGMUNT
14 = KORKIEWÍCZ EDMUND
15 = TYMINSKL JAN
16 = SWITALSKI JÓZEF
17 = DANÍELEWSKÍ WLADIMIR
18 = HEROLD JAN
19 = HEROLD ADAM
20 = GRZELAK MICHAL
21 = STASIAK ALOIS ANTÔNIO
22 = WALCZAK EDWARD
Estas famílias seguiram para a fazenda do Córrego Rico em Caminhões no mês de outubro de 1949.
Outras ficaram na cidade, por não saber trabalhar com a terra.
Lá chegando se depararam com a terra bruta, sem casas para morar, sem dinheiro, sem falar o idioma e distante de tudo, pois a cidade mais próxima, Ituaçu, estava a 20 km, e um povoado muito pequena. Assim, podemos imaginar como foi difícil, não tendo mais para quem recorrer muitos entraram em estado de desespero não permanecendo lá nem dois anos, os que permaneceram era porque tinham muita força de vontade e queriam vencer na fazenda.
Eles não tinham meios de transportes para locomoverem, a não ser indo à pé. Para fazerem as compras de gêneros alimentícios, teria que ir até a cidade de Itauçu, que estava a vinte quilômetros e tudo sendo transportado nas costas.
Itauçu não tinha hospitais e para recorrerem a médicos teriam que ir até Goiânia. A distancia era de 120 quilômetros. Para estas necessidades eles recorriam a um fazendeiro que morava em Goiânia. Ele tinha uma fazenda em uma região por nome de Mamoneira, distante 6 quilômetros do Córrego Rico, que era aonde as famílias de imigrantes moravam. O fazendeiro era o Sr. José Olímpio Ribeiro, o qual estava sempre transitando com seu caminhão entre a fazenda e a cidade de Goiânia. Se alguém deles precisava ir ao médico, algumas compras ou por outra necessidade, o único meio de fazer seria recorrendo ao Sr. José Olímpio.
Do Córrego Rico até a fazenda teriam que sair com escuro para alcançar o transporte, o qual nem sempre voltava para a fazenda no mesmo dia. Teriam que esperar para voltar no caminhão, era o único meio de transporte para lá. Para esperar eles recorriam aos conterrâneos que morava em Goiânia. Quando tinha muitas compras o Sr. José Olímpio levavam eles até suas casas.
Quem tinha filhas mulheres e com idade acima de 12 anos colocaram para trabalhar em casas de famílias em Goiânia.
Passaram por tanto dificuldades que a maioria dessas pessoas não gostava nem de relembrar.
Desta colônia somente os filhos de Wladyslaw e Anna ainda continuam com a propriedade porem aqueles 20 hectares hoje foi transformados em 140.
Foi quando ainda morando no Córrego Rico que nasceram três filhos de Wladyslaw e Anna Krawczyk
Irene Krawczyk = em 09/11/1950.
Josef Krawczyk = em 17/03/1954.
Rysiek Krawczyk = em 01/08/1956.
Em 1958 no Córrego Rico já não tinha quase ninguém daqueles imigrantes, pois naquele pequeno sitio, mesmo sendo pessoas trabalhadoras e esforçadas não era possível conseguir muito além das despesas e também havia um grande problema, a falta de escolas.Em meio aos que permanecia estava Wladyslaw esposa e filhos. Em 1958 eles também mudaram para Goiânia em busca de escola e vida melhor, mas não vendendo sua propriedade.
Wladylaw adquiriu uma banca para comercializar verduras no Mercado Central de Goiânia de onde passou a tirar o sustento da família e também para manter um gerente no sitio da família.
Comprou também uma casa para morar sendo no bairro Nova Vila a qual é da família ate hoje.
Tudo tornando mais fácil e em 10 de junho de 1963 nasceu mais uma filha, Solange Maria Krawczyk.
A vida continuava a banca de verduras no Mercado Central de onde tirava o sustento para as despesas da família continuava também com a fazenda no corre Rico com algumas criações de gado.
Os filhos crescendo e estudando e também aprendendo a trabalhar com o Pai.
Com o trabalhando adquiram outra banca sendo esta no Mercado Municipal do Bairro Popular, para que os filhos pudessem trabalhar.
Tudo continuava muito bem, nem se lembrando das tantas dificuldades que já tinha passado em sua vida.
Eles nunca se esqueceram de suas famílias da Polónia sempre contavam história das mesmas para os filhos.
Eles não conheciam as famílias um do outro saíram da Polónia solteiros e só conheceram e casaram na Alemanha.
A vida do casal foi transformando adquiriram os cinco filhos todos estudando e trabalhando.